quarta-feira, agosto 09, 2006

Por trás da inveja vulgar há sempre inveja espiritual.


















AS MIL E UMA FACES DA INVEJA.....



A inveja é um sentimento presente nos seres humanos e também, comprovadamente, em alguns animais. E é a principal causa dos fracassos das pessoas que a cultivam. Esse sentimento faz com que a pessoa fique sempre preocupada com o seu colega que ganha um salário melhor, ou tem um carro mais caro ou uma mulher mais bonita. E acabam deixando passar desapercebidas as oportunidades que as poderiam fazer crescer e a realizarem suas ambições. A inveja pode até ser direcionada para aspectos não materiais, o que na minha visão é a mais grave de todas. É aquele cara que tem tudo, ganha bem e até mais do que o outro, mas não suporta a felicidade de seu colega. Essa é a mais destruidora e fatal.O invejoso sempre acha que o culpado pelo seu fracasso é o sucesso do outro e nunca ele mesmo.
Dicionário Aurélio: Desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem - Desejo violento de possuir o bem alheio - Objeto de inveja.
Vejamos se o Aurélio está certo...
Inveja é um dos sentimentos que pode causar as maiores dores no ser humano. Geralmente, quando existe uma estima de algum objeto de desejo, e ainda se este der status, a inveja se instala. (Diz-se objeto de desejo para coisas não palpáveis também). É fruto também da comparação com as outras pessoas. Ela não existe sem que antes o indivíduo não tenha feito comparações. É a auto-aversão por não ser como os outros são.
É preciso, contudo, diferenciar a inveja, da busca do bem-estar. Pode se dizer que é errado trabalhar, lutar para se conquistar o objeto de desejo? O desejo pela conquista do objeto que nos falta, quando feito com humildade e honestidade, não é inveja.
Se uma pessoa destaca-se em alguma atividade, por mais tola que possa parecer, o invejoso está pronto para aparecer e apontar o dedo e tentar minimizar o feito de seu próximo. Um eletrodoméstico novo, um tênis da moda, ou mesmo um brinco bem colocado em combinação com uma roupa extremamente comum, já se torna motivo para elogios, nem sempre sinceros. Surge um sentimento de raiva, de ira, porque geralmente o invejoso sente-se muito mais merecedor da conquista do que o outro. O invejoso não agüenta ter uma outra pessoa invadindo seu território, que em sua lassidão, deixou de ocupar, por pura incapacidade e ou inércia. O invejoso é capaz de boicotar, de fofocar de fazer armadilhas, a fim de destruir o outro. Quer provar, ao menos para si mesmo, que ele é melhor. Mas no seu íntimo, sente-se menor do que os outros, aumenta, se vangloria, enaltece a si mesmo, pois dessa forma abranda o mal-estar do desequilíbrio. Fala excessivamente bem das próprias coisas, procurando diminuir o outro através de crítica. Não percebe muitas vezes suas frustrações, é como se nem existissem, porque logo está de prontidão, pronto para realizar mais um feito de diminuição, descaracterização, burlando suas próprias angústias.
Geralmente, as mulheres exteriorizam mais esse sentimento do que os homens. Estes procuram outras saídas na exteriorização desse sentimento.
Você com certeza já ouviu frases (ou pensamentos) assim vindas do homem (o que não significa que não venham de uma mulher também):
"Nossa, que bonito carro, gostaria de ter um assim!”.
"Que trabalho interessante, queria tê-lo feito!”.
"Olha só, que namorado (a) lindo (a), podia ter a mesma sorte!”.
Se a surpresa diante de algo for digna e generosa, não há inveja destrutiva. Trata-se apenas de um incentivo, um grande estímulo para que nos empenhemos em adquirir novas virtudes, produzir melhores trabalhos, realizar melhores conquistas amorosas.
Talvez esse processo todo venha da convivência no ambiente familiar, onde comparações são freqüentes, sem contar com a sociedade, que propaga na mídia processos comparativos, entre as várias marcas apresentadas.
A melhor solução pode estar na forma de utilizar e de encarar a inveja, que, visualizada em termos comparativos pessoais de evolução, do antes e depois, do ontem e do hoje, deixa de ser inveja destrutiva para ser uma inveja de auto-estímulo. Ou seja, o padrão de comparação deixa de ser externo e passa a ser interno.
Aqueles que sabem fazer o bom uso da inveja, utilizam frases assim:
"Nossa, que bonito carro. O meu também me conduz, antes andava a pé!”.
"Que trabalho interessante. Eu posso aprender com ele, antes nem sabia como fazer!”.
"Que namorado (a) lindo (a). A minha é tão companheira, antes me sentia só!”.
O objeto de desejo, só nos dá satisfação, quando a conquista é nossa, e não quando é feita em cima da conquista do outro. Destruir o outro, não fará você chegar aonde o outro chegou. Sua personalidade, desejos, características não são iguais as das outras pessoas, então não adianta usar as demais pessoas como medidas para a vida que é SUA.

Inveja é o desejo por atributos, posses, estatus, habilidades de outra pessoa. Não é necessariamente associada a um objeto: sua característica mais típica é a comparação desfavorável do estatus de uma pessoa em relação à outra.
A inveja é um dos
sete pecados capitais(Os sete pecados capitais são uma classificação de vícios usada nos primeiros ensinamentos cristãos para educar e proteger os seguidores dos instintos humanos básicos. A igreja dividiu os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão, e os pecados capitais, merecedores de condenação. A partir do começo do século 14 a popularidade dos sete pecados capitais entre artistas da época terminou por popularizá-los na cultura humana ao Redor do globo. Os pecados genericamente aceitos hoje são:
soberba (arrogância, orgulho), avareza (ganância, cobiça), luxúria (extravagância), inveja, gula, ira e preguiça.
Os pecados são diretamente opostos às
Sete Virtudes, que pregam o exato oposto dos Sete Pecados capitais inclusive servindo como salvação aos pecadores.) na tradição Católica. É considerado pecado porque uma pessoa invejosa ignora suas próprias bênçãos e prioriza o estatus de outra pessoa no lugar do próprio crescimento espiritual.
A inveja é freqüentemente confundida com o Pecado Capital da
cobiça,( Cobiça é um desejo por riqueza material, ganância, um sentimento de avareza, de querer possuir bens materiais independente de outra pessoa que cobiçar o mesmo bem ou não.
A cobiça freqüentemente é acompanhada pela prosperidade e pode conduzir ao crime. A Bíblia diz em Tiago 4:1-2 “Donde vêm as guerras e contendas entre vós? Porventura não vêm disto, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis “. As riquezas podem dar-nos atitudes erradas sobre as coisas materiais. A Bíblia diz em Lucas 12:15 “E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui”.O amor ao dinheiro é a raiz de muitos males. A Bíblia diz em 1 Timóteo 6:10 “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.
Certa mulher possuía uma galinha que lhe dava apenas um ovo todo dia. Ela pensava consigo mesma como poderia obter três ovos por dia ao invés de apenas um, e finalmente, para atingir seu propósito, decidiu dar a galinha ração em triplo.
A partir daquele dia a galinha tornou-se muito gorda e preguiçosa e nunca mais botou nenhum ovo sequer
(A cobiça vai muito além dela mesma) um desejo por riqueza material, a qual pode ou não pertencer a outros. A inveja na forma de
ciúme(Ciúme é um sentimento de zelo por algo ou alguém. Há o ciúme doentio que faz com que o objeto do zelo seja de tal forma protegido que chega ser sufocado. Este tipo de ciúme pode levar a agressões. O ciúme causa uma sensação de angústia na pessoa que enxerga o objeto do ciúme sendo usurpado ou vilipendiado.)é proibida nos Dez mandamentos da Bíblia.
É comumente associada à cor
verde, como na expressão "verde de inveja". A frase "monstro de olhos esverdeados" (green-eyed monster, em inglês) se refere a um indivíduo que é motivado pela inveja. A expressão é retirada de uma frase de Otelo de Shakespeare. Outra expressão muito comumente usada no dito popular, para designar a inveja é a dor de cotovelo.

Por trás da inveja vulgar há sempre inveja espiritual.
O buraco negro da inveja espiritual ,é tão profundo quanto o abismo do inferno. Nem o mundo inteiro pode preenchê-lo.
“A paz de espírito dá saúde ao corpo, mas a inveja destrói como câncer”.

Inveja é a última palavra de
Os Lusíadas de Camões.

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