Prefiro “Strass” ao “Stress”.
Don Quijote de La Mancha.
Enfim, missão cumprida, repetimos o Quijote.
Num contexto global foi bem, claro com o básico Stress de camarim, humores variáveis e ensaio geral.
A chuva inundou São Paulo nesta noite, mesmo assim a festa da Sociedade estava repleta, muito bom.
Agora quero falar de outro Universo, o Andaluz, onde a força interior grita e o momento é muito mais azul (ou melhor) Dourado, dançamos a melhor Sevillana de todos os tempos, lindos e grandiosos, o peso da música deu um charme especial ao baile, muitos aplausos, a primeira vitória da noite.
O Jarcha entre erros, errinhos, vestido pisado, sapatilha com a fita caindo, cabeça “Do contra”, deixou no ar um efeito crescente de um baile grandioso, visualmente interessante,
Quase mil e uma noites.
La Leyenda Del Beso, mais uma vez diferente, é incrível como esse baile migra, a redução de espaço de palco acabou por deixar o número mais envolvente, insinuante e claro em sua intenção.
Há males muitas vezes que vem para bem, o pouco espaço de palco nos proporcionou mais sentimento que movimento, a música é forte e poderosa e a carga emocional que carrega essa coreografia desde o inicio não se explica facilmente, só que está no palco para saber, quem assiste se encanta pela beleza do conjunto (modéstia à parte com um figurino impecável e de peso), na apresentação desta noite prevaleceu à emoção, ao menos em meu caso. Acredito hoje que esse baile tem algo tão especial que a emoção impossibilita a perfeição.
Concierto de Aranjuez, lindamente interpretado por Adriano Agudo & Natália de Castro encheu de luz a nossa casa com movimentos precisos e apaixonantes, de um clássico espanhol com emoção Andaluz (graças a Deus),
A segunda Vitória de a noite conseguir ter dois bailes Acadêmicos no espetáculo: La Leyenda Del Beso e Concierto de Aranjuez, em um espaço onde a cultura não é cultivada como arte e sim como quantidade (abafa o caso).
Fico chateada com a falta de respeito conosco.
Nós incomodamos?
Talvez por ensaiar? Por ter um figurino impecável, um coreógrafo de bom gosto e sensível nas escolhas musicais, por sermos cultos?
Talvez por todos esses motivos e muito mais.
Temos carão mesmo.
Estou bem cansada, porém sem sono, a adrenalina ainda predomina aqui nesse corpo, o encontro com a dança, nossos ensaios, nossos erros, as broncas do Antônio que em alguns momentos ferem e em outros acaba virando farra. Esse é o lado maravilhoso, dançando certo ou errado, girando sem marcação de cabeça, catando milho nas castanholas, sou feliz, somos uma família, a dança é o momento mais feliz de minha vida, conviver constantemente com a Carol, o Cláudio e com meu super teacher Antônio Benega é mágico, devo a esses momentos a manutenção de minha alma e minha carne.
O Flamenco alimenta meu ser, e nessa caminhada fui encontrando seres especiais , o Adriano e a sua bailarina Natália, Meu Dirceu e minha Palloma Maria preguiça (só no carão), a Luana ,a Linda Taty Abrantes, e a super Taty Orite, grande coreógrafa, só não gosto quando ela judia dos meus pimpolhos, exige demais deles, como o Antônio , enfim estão certos , a manteiga sou eu,que babo de orgulho.
Amo a dança, devo tudo ao Antônio, que me dá a oportunidade de resgatar o mais interessante dentro de mim, giro feito o “Taz”, que delicia, que benção, por momentos ficar distante de um mundo tão triste e cruel, cheio de seres pobres de espíritos, pessoas amargas e egocêntricas, de almas negras, por momentos saio do prumo e a dança me leva ao Nirvana, bloqueando a entrada de fluidos negativos. Chega de discurso né?
Está muito tarde e estou caindo de sono, quero agradecer a todos, a essas pessoas tão especiais que fazem parte de minha vida.
Olé!
Antônio Benega
Cláudio Rubiño
Caroline Machado
Adriano Agudo
Natália de Castro
Tatiane Orite
Dirceu Vendramini
Palloma Castelli
Tatiane Abrantes
E muito mais...
E como sempre prefiro Strass ao Stress, ninguém é perfeito, porém pode melhorar e todos nós melhoramos muito a cada dia.
Obrigada a todos e boa noite.
Bjs
Adriana Rodrigues
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