domingo, maio 07, 2006

Dança com ética e verdade .



Chorar de emoção é uma bênção. Triste é chorar de dor.

Nossa verdade está comprometida com a arte; apesar de muitos profetas apocalípticos anunciarem centenas de vezes sua morte sabemos que ela não é mortal; ao contrário - se existe eternidade na vida é na arte que ela se manifesta, se Deus está em nós é através da arte que expressamos sua essência.
Através da arte que o Divino se manifesta em nós.
Mais do que a ciência, mais do que o esporte, a Arte tem sido, não apenas o farol da humanidade, mas o que lhe permitiu ter história. A trajetória do homem sempre foi e sempre será contada e preservada por intermédio das obras de artistas plásticos, músicos, bailarinos , literatos, que nas suas criações reproduzem, ao longo de tantos mil anos, as diversas etapas que vivemos nessa terra azul.Estamos conscientes de que o domínio dos meios de expressão é fruto de uma longa conquista. Dentre eles escolhemos, talvez, o mais dicotômico: a dança.
A dança não prescinde nem do tempo nem do espaço, nem da razão e da técnica nem da emoção, nem da força atlética e humana nem da aparência de fragilidade dos nossos corpos, nem da transitoriedade do momento em que o movimento se realiza nem da eternidade de como ele se fixa na alma de quem assiste. Somos artistas da dança; temos um pé na superação da força da gravidade, tentamos voar, mas ninguém, como nós, ama com mais força o chão, no qual evolui, dança, senta, bate-papo, estuda e até descansa.
Lembrem-se: a arte tem um compromisso com a sensibilidade e com a beleza; a verdade matemática é o axioma da ciência, não da arte.
Procurem com todas as forças impedir que a dança se transforme em uma mera exibição vazia de marcas atléticas ou numa "pseudo-arte" que nada mais é do que palavras bonitas amparadas pelos meios de comunicação, mas desprovidas do essencial: a vivência corporal da dança". Usemos nossa paixão pela arte, nossa crença em sua capacidade de servir como instrumento de salvação, exercício de sensibilidade, inclusão e superação de preconceitos para divulgá-la junto a esse povo criativo, rítmico, dançante, caloroso, valoroso e belo: o povo brasileiro. Reivindiquemos espaços!

Primeiro deve existir sentimento, depois movimento e técnica.
A máscara, em sua fantasia selvagem e exuberante, freqüentemente não parece algo sagrado ou espiritualmente elevado; ao contrário, sua deformação chega à beira do ridículo, sem esquecer, que a mistura de idéias intuitivas com outras simplesmente grotescas constitui-se numa característica das experiências do subconsciente". Não se deve mutilar a alma de uma coreográfia, pois os Deuses se voltam contra quem o tentou fazer e o pune sem piedade.

Danço! Mesmo sem dançar carrego em mim uma tatuagem forjada por outros meios, pelo exercício diário que impus a meu corpo e que o tornou flexível, mas forte. Sinto, me aflijo como todos, com a conturbação desse mundo dominado por falsidade, falta de respeito , ignorância, falta de sentimentos,desse mundo do ter, não do ser.
Danço para Deus!

"Aforismos" de Oscar Wilde (2): "A alma nasce velha e se torna jovem. Eis a comédia da vida. O corpo nasce jovem e se torna velho. Eis a tragédia da alma";

"A primeira dança foi a da primeira criatura que se viu alongada no chão, como querendo libertar-se. Depois, tudo foi dança. Até o futebol. Até o Box. As nuvens dançam no ar. As ondas dançam no mar. Dança é música que se vê. Nijinski dançou pintura. Isadora Duncan dançou escultura. Regina Facary dançou poesia. Carlitos dançou solidão".
"Se considerarmos a dança como uma predisposição herdada que se manifesta em diversas formas de movimento e em diferentes grupos humanos e a associarmos, com todo o seu potencial de energia, a outros fenômenos da civilização, sua história poderá se constituir num fator de enorme importância para o estudo da espécie.

"A Dança nasceu da necessidade de expressar uma emoção, de uma plenitude particular do ser, de uma exuberância instintiva, de um apelo misterioso que atinge até o próprio mundo animal."


E que seja perdido o único dia em que não se dançou.

Bjs
ADRY

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